O índice de preços dos alimentos calculado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que acompanha a evolução dos preços internacionais de uma cesta de produtos básicos, aumentou 0,3% em relação a março.
Ele retrocedeu todos os meses, de agosto a fevereiro. A tendência ainda é de queda ao longo de um ano, com queda de preços de 9,6% em relação ao mesmo período de 2023.
Preços das aves sobem devido à alta demanda no Oriente Médio
Em abril deste ano, o preço da carne foi o que mais aumentou (+1,6%).
O preço das aves foi impulsionado nomeadamente pelas importações ainda significativas dos países do Médio Oriente e pela queda na produção associada à gripe aviária. O preço da carne suína, por outro lado, caiu, pressionado pela queda na procura na Europa Ocidental e na China.
O preço dos cereais, por seu lado, aumentou 0,3%. O trigo aumentou devido às condições climáticas desfavoráveis para a próxima colheita em alguns países da União Europeia, na Rússia e nos Estados Unidos.
Os preços de exportação do milho subiram, influenciados pela forte procura num contexto de crescentes perturbações logísticas devido a danos na infra-estrutura na Ucrânia e preocupações com a produção no Brasil à medida que a colheita principal se aproxima.
Queda de 1,8% nos preços do arroz
O Índice de Preços do Arroz da FAO caiu 1,8%, em grande parte devido à queda das cotações Indica devido à pressão da colheita.
Outro aumento observado foi o dos preços dos óleos vegetais, com 0,3% em relação a março, atingindo o maior nível em 13 meses.
Ao mesmo tempo, os preços do açúcar caíram 4,4% em relação a março e estão 14,7% abaixo do nível de abril de 2023. Esta queda está principalmente ligada à melhoria das perspetivas para a oferta mundial, nomeadamente devido à produção superior ao esperado na Índia e na Tailândia, uma vez que. bem como melhores condições climáticas no Brasil.
O preço dos produtos lácteos caiu ligeiramente, 0,3%, encerrando seis
meses consecutivos de aumentos, impulsionados pela fraca procura de importações spot de leite em pó desnatado e pelos preços mundiais mais baixos do queijo, impulsionados pelo fortalecimento do dólar dos Estados Unidos.
Previsão para o trigo em 2024 revista em baixa
Por outro lado, a FAO também divulgou um novo relatório sobre a oferta e a procura de cereais, aumentando ligeiramente a sua previsão para a produção global total de cereais em 2023 para 2.846 milhões de toneladas, um aumento de 1,2% em relação ao ano anterior. Esta revisão reflete principalmente novas informações provenientes de Mianmar e do Paquistão.
Espera-se agora que a utilização global de milho aumente 1,6% ao longo do ano, enquanto a utilização de trigo aumenta 1,9% e a utilização de arroz diminui ligeiramente.
A FAO também ajustou a sua previsão para a produção global de trigo em 2024, que se situa agora em 791 milhões de toneladas, abaixo do esperado, mas um aumento de 0,5% em relação a 2023.